Ansiedade e depressão são transtornos que muitas vezes, caminham de mãos dadas.
Embora em alguns casos elas possam se confundir ou até se manifestar ao mesmo tempo, depressão e ansiedade são doenças diferentes. Cada uma delas tem causas, sintomas e tratamentos específicos, e ambas precisam de acompanhamento profissional.
Tanto o transtorno de ansiedade quanto a depressão podem paralisar o indivíduo. A ansiedade, pelo medo e angústia das situações futuras, e a depressão pela baixa do interesse e energia que o indivíduo tem pelas coisas e pessoas.
Existem alguns sintomas de ansiedade e depressão que podem ser iguais ou parecidos. O que diferencia o diagnóstico é a análise do quadro geral do paciente e os sintomas completos, tal qual a maneira como eles se apresentam.
É importante saber diferenciá-las.
Ansiedade é um alarme natural que dispara sempre que nos deparamos com uma situação desafiadora, acionando a produção de hormônios que oferecem a energia física e mental necessária para enfrentar uma situação de risco que gera expectativa, que normalmente não é prejudicial e faz parte da nossa vida.
Ela cumpre uma função natural de proteção – um mecanismo que nos deixa receoso diante de algo que não conhecemos.
Quando a resposta a uma situação é exacerbada e desenvolve sintomas físicos e/ou psíquicos por um longo período, torna-se algo patológico, ou seja, o que torna esse sentimento um transtorno é a intensidade e frequência com que acontece.
Ao persistirem sentimentos acompanhados de apreensão fora de controle, medos irracionais, inquietação mental ou física, muita dificuldade para relaxar, insônia, procrastinação, pensamentos negativos invasivos recorrentes, preocupação excessiva, irritabilidade e estado alerta constante, passa a ser caracterizados como transtornos de ansiedade.
Quem sofre com transtorno de ansiedade tem muita dificuldade para realizar tarefas específicas, como por exemplo, falar em público. Diante da necessidade que fazer algo assim, o coração dispara, o corpo treme, a respiração fica irregular e muitas vezes chega a incapacitar a pessoa de fazer suas tarefas cotidianas, o que prejudica sua vida em todos os sentidos.
A intensidade e frequência em que ocorrem, acabam incapacitando a pessoa e prejudicando sua vida em termos de estudo, trabalho e relacionamento. É importante ficar atento a persistência e duração destes episódios.
É um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história e caracteriza-se como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurônios de nosso cérebro – incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem estar. Esse desequilíbrio químico pode desencadear alterações em diversas funções do organismo.
O transtorno de depressão é um sentimento de tristeza suficientemente intenso para afetar o desempenho de funções e/ou reduzir o interesse ou o prazer em atividades.
A pessoa com esse transtorno apresenta-se triste, pessimista, descrente, sem senso de humor e incapaz de se divertir. Algumas são passivas, sem energia e introvertidas. Reclamam constantemente e são rápidas em criticar os outros e censurar a si mesmas. Se preocupa com a inadequação, o fracasso e com acontecimentos negativos, ao ponto de chegar a desfrutar morbidamente dos seus próprios fracassos.
A depressão leva o indivíduo à prostração – ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. “Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa”, diz Priscila Gasparini Fernandes. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo – todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e herpes.
Estudos indicam que os nutrientes presentes em determinados alimentos ajudam na formação dos neurotransmissores, responsáveis por ligar um neurônio (célula do cérebro) ao outro. Nos quadros ansiosos, é comum que os neurotransmissores estejam em desequilíbrio, por isso, quando contribuímos para a formação dos neurônios, colaboramos para que nosso cérebro mantenha uma forma positiva de comunicação, entretanto comer em excesso, é uma forma de obter prazer momentâneo, mas não a forma correta de combate a ansiedade e depressão.
A alimentação adequada e equilibrada ajuda a gerenciar a ansiedade de forma natural.
Na hora de escolher seus alimentos, evite alimentos com cafeína e muito açúcar e prefira os que são colaboram com
O Triptofano encontrado em peixes, ovos, nozes, castanhas, chocolate amargo e queijo tofu, é um Aminoácido não produzido naturalmente pelo corpo, e deve ser consumido através de alimentos. Responsável pela produção de serotonina e de melatonina, neurotransmissores que atuam diretamente na inibição da ira, agressão, além de ajudar na regulagem do sono.
O Magnésio é considerado um “tranquilizante natural” que ajuda no processo de relaxamento de alguns músculos esqueléticos, dos vasos sanguíneos e do trato gastrointestinal, e influencia diretamente na produção e transporte de energia. Entre as fontes de magnésio estão o chocolate, castanhas e o arroz integral.
As Vitaminas do complexo B são as principais responsáveis pela saúde mental do ser humano, atuando de forma extremamente útil em casos de depressão e ansiedade, além de auxiliar na manutenção da saúde da pele, olhos e da boca, por exemplo. Leite, espinafre, fígado, ameixa e melancia são exemplos de alimentos que contém as vitaminas desse complexo.
A fontes de Vitamina C talvez sejam as mais conhecidas. Encontrada em frutas como acerola, laranja e tangerina, o “ácido ascórbico” é utilizado na síntese de moléculas que servem como hormônios e neurotransmissores, atuando diretamente com os outros componentes no combate a depressão e ansiedade.
Um cérebro saudável é a primeira linha de defesa contra a ansiedade, depressão e outros transtornos do humor.
De fato, algumas vitaminas são necessárias para a formação de neurotransmissores que estimulam o bom humor, enquanto outras fornecem energia para células cerebrais ou as protegem de danos.
Vale reforçar que a ingestão desses alimentos não descarta a necessidade de acompanhamento psicológico com um psicoterapeuta. Depressão e ansiedade são doenças sérias e que precisam de acompanhamento especializado.
Neurocientistas comprovam que a prática de meditação contribui para aumentar a região do córtex pré-frontal esquerdo, região responsável pelo sentimento de felicidade. A meditação leva a atividade cerebral a níveis superiores, sendo capaz de potencializar o bem-estar, melhorar a saúde e trazer benefícios cognitivos e emocionais às pessoas.
Com o tempo, a meditação literalmente altera a estrutura do cérebro (um fenômeno chamado de neuroplasticidade), aumentando a concentração, a paz e a produtividade, mesmo no meio de desafios e do caos, pois é capaz de causar a diminuição nos hormônios do estresse e as respostas inflamatórias a uma situação estressante. melhorando os sintomas do estresse e a qualidade de vida.
É uma prática acessível, não necessita de equipamentos e você pode buscá-las de forma gratuita, por meio de aplicativos, vídeos no YouTube, grupos presenciais e virtuais, e pode ser realizada em poucos minutos e só precisa de um local silencioso, preferencialmente, onde você se sinta confortável. Pode ser praticada por qualquer pessoa, independente da idade.
Quanto mais focada a mente, menos perturbações e desequilíbrios afetarão a pessoa, o que possibilita o desenvolvimento de um estado emocional e mental mais equilibrado, por meio da diminuição do sofrimento psicológico e potencialização de aspectos positivos.
É importante salientar que meditar pode ajudar a reduzir o estresse, problemas cardiovasculares como a hipertensão, além de ser um bom recurso para lidar com sintomas de ansiedade e depressão. Destacam-se os efeitos de redução dos níveis de cortisol, que impactam na qualidade do sono, no processo de envelhecimento celular, na resposta imunológica, nos processos inflamatórios e na estrutura do tecido cerebral.
A falta de exercício físico é um fator importante para o aparecimento de sintomas de ansiedade e depressão. Nem todo mundo compreende o quanto a prática de exercícios físicos pode influenciar o bem-estar emocional e até ser uma parte importante do tratamento de problemas psicológicos.
Praticar atividade física para combater a depressão é uma estratégia saudável.
Estudos confirmam que qualquer atividade física pode ajudar muito a alterar os padrões de humor e ânimo.
Atividades físicas como corrida, bicicleta, esportes, yoga entre outras, beneficiam o coração, a respiração e a mente. Para poder usufruir dos benefícios da atividade física para a saúde mental é preciso dar continuidade a ela.
A prática de exercícios pode ajudar a impulsionar o processo terapêutico por meio de diversos benefícios.
No entanto, ainda que os efeitos calmantes e estimuladores do bom humor sejam imediatos após a prática, é através de uma rotina de exercícios que os efeitos se tornam duradouros.
Quando possível, realize exercícios ao ar livre, pois dá sensação de aumento de energia.
A prática de exercícios pode ajudar a impulsionar o processo terapêutico por meio de diversos benefícios. Vale lembrar que a atividade física combate a depressão, e é uma excelente forma de aliviar os sintomas, mas não é substituta da psicoterapia.
Fique atento aos sintomas e se necessário não hesite em buscar ajuda.