Confundir espiritualidade e religiosidade é um erro comum, os seres humanos utilizam ambas para tratar questões pessoais e sentimentais em comum.
Muitas vezes as pessoas recorrem à espiritualidade ou a religião para tratar angústias ou questões pessoais, frequentemente àquelas que são difíceis de lidar e dividir com outras pessoas.
Esse comportamento se deve porque elas estão próximas, vizinhas, parecem a mesma coisa, por isso a confusão, mas achar que são semelhantes (ou a mesma coisa) é um equívoco.
Tratam-se de singularidades, independentes entre si. Tanto é assim que alguém pode ser Religioso sem ser Espiritualista, ou vice versa.
A religião é acreditar na experiência de outra pessoa. A espiritualidade é ter a sua própria experiência.
– Deepak Chopra
Religiosidade é a prática religiosa baseada em rituais, tradições e dogmas e na existência de uma autoridade externa, com poder para indicar o que fazer. Pode ser um padre, um pastor, um rabino, o Papa, um reverendo, uma madre, um mestre e com base em uma escritura sagrada na qual a religião se baseia, que propõem levar os seguidores a um relacionamento adequado com um Ser Superior ou com divindades.
Todas as religiões possuem um conjunto de símbolos que remetem ou são alvos de reverência e respeito. Esses símbolos estão ligados a rituais ou cerimônias, dos quais a comunidade de fiéis participa ativamente. Isso quer dizer que, em toda religião, existem objetos ou ideias simbólicas que representam algo a ser reverenciado e admirado.
Quanto aos rituais, eles podem ser diversos, cada um com um significado específico. As rezas, as canções, a abstinência de algum tipo de comida ou o jejum, por exemplo, são rituais que carregam significado atrelado à crença religiosa do grupo. Esses rituais fazem parte da identidade religiosa e da construção da religiosidade dos fiéis.
Já a espiritualidade consiste na busca pela essência ou pelo propósito nela existente, e tem o foco no mundo espiritual e não nas coisas terrenas, materiais ou físicas.
A espiritualidade é entendida como algo inato ao ser humano. Mesmo quem não acredita na Criação e acredita em energias vibracionais, identifica essa espiritualidade intrínseca, essa conexão a algo maior.
O acesso à espiritualidade interior só é conseguido por meio do autoconhecimento, com o olhar para dentro, com o confrontar-se e silenciar-se para obter essa ligação. Há várias técnicas para essa finalidade, como a meditação e as terapias alternativas. O que se pretende é expandir a consciência para se conectar ao sagrado que há em nós a fim de receber as mensagens que ele nos envia pela intuição, por meio de insights e pela imaginação, acessando a centelha divina.
A espiritualidade é algo diferente, que realmente produz transformações na vida de quem busca, tornando-o um ser humano melhor. Ela vem de dentro de nós. É algo que flui do nosso ser e nos traz paz, harmonia e equilíbrio. Nos traz serenidade, nos ensina a respeitar aos outros e a tolerar as diferenças. Quanto mais espiritualizados estivermos, mais tolerantes, compassivos, menos julgadores e disputadores uns com os outros seremos.
O espiritualista tende a ser mais pessoal e privado; o religioso tende a incorporar os ritos e a oração públicos, assim como corresponder publicamente a uma verdade dogmática ou teológica.
A religião diz que se deve seguir uma ideologia e obedecer a certas regras. A espiritualidade permite que você siga o seu coração. O que você sente está certo.
A religião lhe diz no que se deve acreditar. O que é certo e o que é errado. A espiritualidade permite que você descubra isso por si mesmo e compreenda a suas próprias verdades de modo criativo e original.
A espiritualidade mostra que você não precisa ou não depende de nada para ser feliz. A felicidade existe no íntimo de cada um e nós.