Meditação é um momento de concentração profunda, que nos coloca em contato com o equilíbrio geral.
A técnica consiste em “reeducar” a mente e desenvolver habilidades para aprimorar a forma de lidar com as emoções e conviver melhor consigo mesmo.
Dos diversos benefícios observados em praticantes da meditação, destacam-se a grande influência em mudanças comportamentais, a diminuição de pensamentos distrativos e ruminantes, a melhora na atenção, na saúde física e na qualidade das relações familiares e profissionais.
Através dela é possível ativar certas áreas cerebrais, como as relacionadas ao bem-estar.
Isso se deve à plasticidade do cérebro, uma capacidade de desenvolver novas conexões, na medida em que é estimulado. A meditação é um desses estímulos e, de acordo com o tempo e regularidade da prática, os efeitos cerebrais/físicos/comportamentais podem ser ampliados.
Cada dia mais as pessoas estão buscando a meditação como uma forma de sanar seus problemas físicos, emocionais e espirituais. Mas, muitos ainda apegam-se mais na dificuldade em meditar do que nos benefícios que a meditação traz em suas vidas.
De qualquer forma, a experiência meditativa vai ser muito diferente de pessoa para pessoa, dependendo da estrutura de cada mente, porém com apenas uma semana de meditação já é possível identificar pequenos benefícios, como maior concentração e melhora do humor.
Àqueles que ainda relacionam meditação com a figura de um monge isolado em uma montanha, sugerimos maior atenção neste texto.
A mente é fator fundamental para que se alcance a meditação profunda. Às vezes acreditamos que a mente é o cérebro, mas ela não está confinada em um espaço físico.
A mente está presente em todo nosso corpo, no nosso campo vibracional e no energético, está presente no coração, no intestino, no sistema nervoso, ela possui ramificações e todo nosso corpo está absorvendo a nossa realidade através dela.
A mente é um filtro, uma lente que permite que a gente veja a realidade.
Da mesma forma que o coração foi feito pra pulsar, a mente foi feita pra pensar. Ela é a estrutura que nos permite interagir e dar significados às nossas experiências.
A mente, portanto, estará presente e nos comandando o tempo todo.
Através da prática meditativa, você altera sua relação com a mente. Você deixará de se identificar com os pensamentos, sentimentos e pontos de vista que sua mente consciente trará, e será mais fácil se tornar o observador da sua realidade.
Durante o estado meditativo a mente consciente apenas observa o que está acontecendo, mas a condução da experiência é feita através da sua mente inconsciente ou sua consciência superior.
A meditação é um estado que a mente adentra, onde você permanece consciente o tempo todo do que está acontecendo, mas ao mesmo tempo está no profundo do inconsciente.
É uma experiência que te leva a vivenciar e sentir coisas que não são esperadas ou previstas pelo pensamento racional, lógico e linear. Um estado onde entramos em contato com delusões criadas pelas reações emocionais condicionadas, um processo natural e cíclico de condicionamentos afetivos alicerçado na incapacidade de perceber os fenômenos como eles realmente são, que ocasionam uma perda de controle sobre a realidade.
A delusão é uma atividade de ação incessante da mente extremamente criativa que nutre novas experiências condicionadas e que contém necessariamente uma ilusão, ou seja, é uma percepção sem um estímulo externo. A mente cria uma ilusão e acredita que seja verdadeira.
Vivemos a maior parte do tempo gerando novas percepções, conceitos e julgamentos. Conceituamos as coisas como se aquele conceito fosse verdadeiro e o qualificamos a todo instante.
Estamos permanentemente criando um ciclo de delusões que, como consequência, vão gerar um condicionamento mental.
Através do entendimento do processo condicionado de delusões da mente, conseguimos enxergar muitas das questões que nos mantêm atrelados ao sofrimento.
O sofrimento é gerado, é condicionado e, sendo assim, pode ser dissolvido. Podemos dissolvê-lo através da compreensão do nosso processo de ignorância mental condicionada.
Quanto maior o entendimento sobre nossos condicionamentos e sobre a liberdade que nós temos de extrapolarmos essas delusões; maior o nosso grau de sapiência, e maior se torna o rumo em pacificação da nossa mente.
O objetivo da meditação é entrar em estado profundo onde a mente se torna apenas o observador da experiência meditativa, totalmente entregue: mente e experiência. Consciente e inconsciente se tornam um.
Quem medita com regularidade tende a evitar respostas impulsivas. As relações interpessoais melhoram, e resultam em um efeito cascata. Se você medita, vai ganhando aptidão mental e emocional e todos os aspectos da sua vida melhoram, incluindo saúde, felicidade e produtividade.
É uma ferramenta muito poderosa que vai ajudar você a fazer a jornada da vida com mais conexão, leveza, harmonia e possibilidades.
As emoções são uma resposta neural aos estímulos externos. É um programa de ações, como um conjunto de respostas motoras que o cérebro faz aparecer no corpo como resposta a algum evento. Não tem nada a ver com o que se passa na mente.
Existe uma cadeia complexa de acontecimentos no organismo que começa na emoção e termina no sentimento. Uma parte do processo se torna pública (emoção) e outra sempre se mantém privada (sentimento). As emoções ocorrem no corpo e o sentimento ocorre na mente. A emoção pode ser vista (choro, riso, tremor entre outros), o sentimento não.
Os sentimentos são aquelas sensações que vão lá no fundo e que, se você não quiser, ninguém jamais vai saber. Quem passa por uma profunda tristeza, por exemplo, pode perfeitamente comportar-se como se estivesse alegre, pode até tentar enganar a si mesmo, e isso requer uma dose absurda de energia.
Para controlar diferentes sentimentos, há sistemas cerebrais diferentes.
Falar dos sentimentos é sempre um dos caminhos para se autoconhecer.
A meditação é a forma mais efetiva de acessar os sentimentos guardados que interferem, de forma inconsciente, em nossas atitudes e decisões atuais.
É por meio da meditação que saímos do nosso estado Beta de frequência cerebral (cérebro ativo e alerta, foco e atenção), para o estado Alfa de frequência (estados mentais de relaxamento, visualização, meditação ou oração) e para o estado Theta de frequência cerebral (em Theta que ocorre uma conexão profunda com a nossa espiritualidade, com nossos sentimentos mais profundos, com nossas intuições e com o pensamento criativo).
Quando deixamos a mente “vagar”, as ondas Theta “assumem o controle” da mente e favorecem a inteligência emocional, a criatividade e a intuição.
As pessoas não vivem o presente, são escravas do pensamento compulsivo, sempre pensando no que vão fazer a seguir, sob influência do seu passado registrado na mente inconsciente e isso cria um estado de alerta constante, que origina o estresse, angústia e, consequentemente, doenças como a hipertensão.
Vamos considerar um exemplo prático!
Ao longo da vida, um mesmo fato pode ser vivido por várias pessoas e, cada um, individualmente tem uma percepção do fato de forma diferente e particular, ainda que o tenham vivido integralmente e igualmente.
Se analisarmos, as histórias parecem diferentes sobre um mesmo ocorrido, são versões convenientes de acordo com cada interesse ou visões distintas, apesar do fato ter sido o mesmo.
Isso ocorre porque o cérebro faz com que a realidade seja tão confiável quanto os arquivos.
Ou seja, a percepção de um fato pode gerar um tipo de sentimento diferente para cada indivíduo envolvido no mesmo fato, com base em sentimentos armazenados anteriormente.
Sofrimentos pela falsa percepção da realidade podem desencadear distúrbios como a depressão e a raiva, e podendo no outro, gerar sentimentos totalmente diferentes e leves.
Na meditação em estado de frequência cerebral Theta, entramos em contato com o que estava oculto, os sentimentos escondidos que precisam ser entendidos e ponderados.
É através da ponderação e entendimento que liberamos os sentimentos mais profundos, dolorosos ou traumáticos.
Quando você começa a meditar e a mergulhar mais profundamente, é capaz de entender e ponderar, e então esses sentimentos se dissolvem. Quando se dissolve por completo, você obtém a liberdade e recupera seu bem estar.
No momento em que uma emoção se manifesta, como você responde a essa emoção? Você reage mediante à ela? Observe.
É importante você responder e não reagir, para não ser controlada(o) pelas emoções, e sim conhecê-las e senti-las para começar a escolher as suas respostas. Para isso, é necessário se observar com clareza e avaliar suas emoções com profundidade.
Quando você é controlado por suas emoções, perde o controle de si mesma(o).
Será uma jornada transformadora. Todos nós temos a mesma capacidade de praticar a respiração consciente e ter a consciência de si mesmo, de seus pensamentos e de suas emoções. A meditação é para todos nós e nos leva ao autoconhecimento que nos faz perceber quais são as nossas verdadeiras necessidades.
A prática da meditação é a prática de você conhecer em profundidade a você e a sua mente, seja nas sensações, percepções, conexões neurais, consciência e conhecer como você funciona como ser humano.
Mais do que uma relação superficial de você com o que você lembra nos últimos anos, é você descobrir quem você é, como é, o que é, e ter respostas mais adequadas pros seus propósitos e projetos.
Porque se você é controlada(o), manipulada(o), empurrada(o) por suas emoções e por pessoas à sua volta, como vai ser alguém melhor pra você mesma(o)?
A prática da meditação tem a ver com equilíbrio do corpo e da mente, com o conhecimento claro, profundo e sereno de você e do mundo a sua volta.
Coluna vertebral alongada, coluna cervical alongada, ombros pra trás e pra baixo: você abre o diafragma e assim, respira melhor.
Lembre-se que nós somos um tecido ósseo. Pense nesses ossos e que eles estão alongados na sua coluna vertebral, você está apoiada(o) nos ossos da bacia e movimenta um pouco o tronco para esquerda e pra direita, pra encontrar o eixo de equilíbrio.
Nem muito pra frente nem muito pra trás. Levante-se e sinta as vértebras alinhadas. A cervical é chamada “a parte nobre do corpo”. São vértebras que seguram a cabeça que pesa de 5 a 6 quilos, pense em encaixar o crânio na cervical.
Quando você encaixa o crânio o queixo fica paralelo ao solo, as orelhas em linha com os ombros e o nariz com seu umbigo, você cria um alinhamento com seu corpo, não é tensão, é alinhamento, é alongamento.
Agora é hora de fazer o mudra cósmico: a mão direita embaixo e a esquerda em cima. Articulação com articulação e juntar os polegares, formando uma elipse.
Essa posição de mãos permite que você perceba como você está, procurar o seu ponto de equilíbrio que se manifesta também nas suas mãos.
Os olhos ficam pousados a sua frente num ângulo de 45º, e você pode colocar a ponta da língua no céu da boca atrás dos dentes frontais, ela apenas toca suavemente o céu da boca, e respira naturalmente pelas narinas.
Ouça todos os sons, ouça o silêncio, perceba a temperatura, sinta fragrâncias, perceba sua mente, e vá além do pensar e do não pensar.
O relativo não é obstáculo ao absoluto.
Você vai conhecer o seu ego.